PGM - Profiles de Gente Morta: uma comunidade mórbida do Orkut

 

capa da comunidade profiles de gente morta orkut

O Orkut foi uma rede social que marcou a internet brasileira entre 2004 e 2014. Durante esse período, foram criados diversos grupos e comunidades, alguns deles com temáticas bem específicas. Uma dessas comunidades era a "Profiles de Gente Morta", também conhecida pela sigla PGM, era dedicada a divulgar perfis de pessoas que haviam falecido e ainda contavam com um perfil ativo no Orkut. 

Os membros da comunidade postavam informações sobre a morte, como a data, a causa e o local. Alguns usuários abasteciam a PGM de informações a partir de notícias do jornal. Também era comum encontrar relatos de pessoas que conheciam o falecido ou que tinham alguma informação sobre sua morte.

guilherme dorta dono da comunidade profiles de gente morta
Guilherme Dorta era o dono da comunidade PGM (Profiles de Gente Morta)

A comunidade foi criada em 2006 e rapidamente ganhou popularidade. Em seu auge, reunia mais de 80 mil membros. Os participantes compartilhavam fotos, vídeos e lembranças de seus entes queridos que haviam partido. Também era comum encontrar mensagens de apoio e conforto entre os membros.

A PGM foi uma comunidade controversa. Alguns usuários a criticavam por ser mórbida e desrespeitosa com os mortos. Outros, no entanto, defendiam a comunidade como uma forma de preservar a memória das pessoas que faleceram.

A comunidade foi encerrada em 2014, quando o Orkut foi desativado. 

Reflexões sobre a morte no espaço virtual

tópicos na comunidade profiles de gente morta

A jornalista e doutora em Comunicação Michele Negrini escreveu um artigo relacionando à morte ao ciberespaço. O artigo "A morte no espaço virtual: reflexões sobre a comunidade do Orkut 'Profiles de Gente Morta'" procura refletir o tratamento da morte na comunidade. 

Michele Negrini concluiu que no espaço virtual o público tem autonomia para discutir o que no mundo off-line é considerado proibido e pode expor tudo o que pensa sobre a morte sem ter medo de sofrer restrições da sociedade e da cultura. Quanto às postagens, algumas são apenas desejo de descanso eterno ao falecido, "o que demonstra que a pessoa entrou na comunidade para saber mais sobre a morte, para conhecer quem está morrendo e como morreu. Isso evidencia que a 'morte do outro' causa uma espécie de fascínio no ser humano", finaliza. O artigo pode ser lido aqui

O legado no Facebook

profiles de gente morta no facebook

Em 2014, após o encerramento do Orkut, foi criada uma comunidade no Facebook com o mesmo nome (https://www.facebook.com/groups/pgmreal/?locale=pt_BR). A comunidade atualmente tem mais de 251 mil membros e continua a divulgar perfis de pessoas que faleceram.

Outras comunidades que faziam sucesso no Orkut eram de sobrenomes e famílias. Veja também algumas frases que marcaram o Orkut.

Fontes: https://www.paulopes.com.br/2008/06/orkut-tem-viciados-em-profiles-de-gente.html

http://www.benoliveira.com/2010/12/reflexoes-sobre-morte-no-espaco-virtual.html

http://linhasmortais.blogspot.com/2008/11/orkut-h-vida-aps-morte-talita-emanuelle.html

http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sudeste2011/resumos/R24-1262-1.pdf

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